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"Uyuni, o Maior Deserto de Sal do Mundo" Depois de um merecido sono apos a subida no vulcao Licancabur, seguimos a viagem de jeep, com destino ao Salar de Uyuni. Chegamos numa região com quase 5.000m de altitude e repleta de piscinas naturais de águas quentes e de gêiseres conhecidos como Sol da Mañana. Os gêiseres pareciam crateras que foram pintadas com restos de tintas amarela, vermelha, marrom, roxa e branca sendo que cada uma tem sua característica própria, cor, tamanho e sons diferentes. As lavas ficam em ebulição constante, numa mistura de terra e vapor com odor muito forte de enxofre. Mais adiante, cruzamos as caprichosas formações rochosas de origem vulcânica e atacadas pela erosão eólica, conhecidas pelo nome Arbol de Piedra e ao final do dia, pudemos constatar por que tamanha reverência à terra sagrada. Mais alguns quilômetros e visualizamos a Laguna Colorada, uma lagoa salgada de cor avermelhada e brilhante repletas de flamingos. Pudemos contemplar uma vista não
menos bela, que deixava à amostra a imensidão solitária
das formações rochosas da região que ainda percorreríamos.
Mirador é parada obrigatória para quem quer ver um pedacinho
destas formações. De mountain bike e esalando as pequenas
rochas, interagimos com a maravilhosa paisagem.
Neste dia, comprovamos todas as recomendações feitas pelos locais que nos disseram para não cruzar os salares quando estão semi ou alagados por completo. Mas, eu teimei e meu carro fez um emocionante off road com direito a um mergulho em alta velocidade, num buraco enorme e cheio de água e lama. Se a velocidade diminuísse, o carro corria risco de atolar e depois de alguns quilômetros foi impossível retornar, sendo obrigado a dirigir por mais de 50Km num grande atoleiro. Dormimos no pequeno povoado de San Juan, num merecido hotelzinho, e no outro dia, antes de chegar no Salar de Uyuni, cruzamos algumas cidades completamente abandonadas. Atravessamos vários salares secos e úmidos com atoleiros e muitos buracos que um carro sem tração não agüentaria "o tranco". Nesta hora foi que entendemos o real significado que o Aurélio dá ao inóspito (lugar em que não se pode viver). Quando passamos por um cancela no meio do nada, nos deparamos com uma estrada de terra no meio da água, aliás, muita água onde não se via nada a não ser o horizonte.
Dirigimos uns 5Km e qual foi nossa surpresa? O caminho acabava e de lá em diante, era só o infinito formado por uma grande lagoa salgada sem fim... Mas, com sede de exploração e seguindo os pontos do GPS, fomos até a Isla Del Pescado e pudemos admirar uma enorme quantidade de cactus que chegam a 5 m de altura. A ilha é coberta de corais secos, o que comprova que tudo aquilo já foi mar um dia. Almoçamos nas mesas e cadeiras feitas de blocos de sal. Nos despedimos da Ilha e partimos em direção ao Hotel de Sal. Dormimos em um hotel totalmente atípico, combinando também com aquele lugar. Em cima de uma ilhota rodeada pelo Salar, tudo é construído a base de sal (paredes, mesas, cadeiras, camas, piso etc). Mesmo num lugar totalmente desolado, o charme não foi esquecido, se percebermos a decoração, e até detalhes como colchas feitas de lã de lhama, um luxo se considerarmos que estamos em pleno deserto. No outro dia, antes de chegar na cidade de Uyuni, passamos pelo povoado de Colchani e conhecemos o rudimentar e simples processo de extração de sal de cozinha. Uyuni é considerada a capital do Salar e base para todas as saídas das excursões por esta região. Com cara de cidade grande, possui um pouco mais infraestrutura que as outras da redondeza. Existem vários hotéis, livrarias, agências de turismo, internet cafés e restaurantes, mas ainda não perdeu a característica da região Lá, nos arriscamos e experimentamos a famosa carne de lhama que foi aprovada por todos. Infelizmente foi onde lembramos que nossa expedição chegava ao fim e que nosso cotidiano brasileiro estava muito próximo da realidade. Depois de alguns problemas elétricos
com os carros, devido ao excesso de sal, partimos de volta ao Brasil
pelo norte da Bolívia, passando por Corumbá no MS.
Por incrível que pareça, não houve nenhum desentendimento entre os integrantes, apesar de algumas vezes uma cara meio “amarrada” era notada, mas foi respeitada por todos e logo era desfeita por alguma piada ou esquecimento. Finalmente agradeço a Deus pela amizade e companheirismo formados durante a expedição que terminou em São Paulo, com seu objetivo cumprido e sentimento que os desertos percorridos são lugares tão poderosos e mágicos, que podem arrasar quem ousa desafiá-los. Coluna Anterior: A SENTINELA DO DESERTO, UM SONHO A 6 MIL METROS A
Expedição Desertos teve o patrocínio:
Apoio: AM4
a internet de resultados
Abraços do tamanho do Deserto do Atacama
Guilherme Rocha ![]() |