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ÁGUA, FONTE DE VIDA NO DERTO MAIS ÁRIDO DO MUNDO O que é um deserto? Consultando nosso velho Aurélio, temos a seguinte definição:"Região natural, de terreno arenoso e quase de toda seca, sendo, pois de fraca densidade populacional." O Deserto do Atacama está localizado ao norte do Chile, entre o oceano Pacífico e a Cordilheira dos Andes, barreiras naturais que transformam a região num deserto e de clima árido: de um lado, o oceano desvia a umidade do ocidente e de outro lado, as montanhas retêm as tempestades vindas do leste, resultando em índices de 10mm de chuva/ano em média. Segundo os especialistas em climatologia trata-se do lugar mais seco da Terra, onde encontramos o chamado "deserto absoluto" . Em alguns lugares, nunca foi registrado uma gota de chuva - não é possível ver uma erva, nem mesmo um simples cacto. Nada se apodrece mas, se transforma. Como toda regra tem exceção, no Atacama também não é diferente. Se compararmos a definição do Aurélio com a realidade, veremos que mesmo com a escassez da água, mais de um milhão de pessoas vivem impressionantemente no deserto. E para vencer a barreira da aridez, descobrimos vários sistemas interessantes de irrigação. Após conhecermos as redondezas de San Pedro do Atacama (principal cidade do Atacama), fomos descobrir como é possível cultivar milho, pera, uva, pêssego, melancia e ameixa no deserto. A Quebrada de Jerez, um canyon que chega a 20m de altura, encontra-se dentro de um oásis perto de uma mina de liparita (um tipo de pedra vulcânica branca usada em construções e artesanatos), localizada na cidade de Toconao. Caminhamos por 2 horas numa trilha e dentro da água encontramos vários poços com cachoeiras e esquecemos por um tempo que estávamos no deserto.
Ao final do dia, aproveitamos o por do Sol irradiando na Laguna Chaxa, circundada pelo Salar do Atacama, terceiro maior do Mundo. Este foi o único local com alguma ação de proteção ambiental dos flamingos e que infelizmente não se pode chegar perto devido às muretas de proteção. No outro dia, tivemos a espetacular vista das lagunas Miniques e a Miscanti, lagoas altiplânicas semi termais, que ficam a 90km de San Pedro, de coloração azul turquesa e rodeadas de montanhas e vulcões que são refletidos na água. Lá, remamos de caiaque inflável e pudemos sentir a falta de ar devido à altitude de 4.800m acima do mar.
Voltamos a San Pedro e ainda percorremos mais 100Km de carro, numa estrada de terra bem precária (com travessias em rios e grandes buracos) por duas horas, até acamparmos perto dos Gêiseres que conheceríamos no outro dia. Na madrugada do dia seguinte, acordei assustado com o barulho dos vários carros, achando que eram os gêiseres que estariam esguichando a água e vapor em nossas barracas. Após o susto, pudemos ver o campo geotérmico originado pelo Vulcão El Tatio que jorra a uma altura de 6m e chega a uma temperatura de 80 graus entre 5hs e 10hs da manhã. Na língua Atacamenha o nome El Tatio quer dizer "a avó que chora". Mas o grande barato foi aproveitar a água quentinha que jorrava para esquentar nosso chocolate e até cozinhar um ovo. No resto do dia observamos apenas fumaça e podemos deliciar um bom banho nas piscinas naturais formadas ao lado dos gêiseres.
Talvez se toda a humanidade vivesse em um deserto, os cuidados com desperdício e poluição da água seriam encarados de forma diferente. Segundo estudiosos, em mais algumas décadas o mundo terá sérios problemas de abastecimento. Muita gente precisa realmente se conscientizar que sem água não há vida, ou melhor, sem água haverá somente grande deserto A
Expedição Desertos teve o patrocínio:
Apoio: AM4
– a internet de resultados
Abraços do tamanho do Deserto do Atacama
Guilherme Rocha 
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