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Expedição Litoral Nordeste
Os Vários “Brasis” de nosso País

No Ar, na Terra e no Mar mais bonito do Nordeste

Se o nosso objetivo era explorar, nada seria melhor que usufruir bem os três elementos: o ar, a terra e a água.

O badalado complexo de praias de Porto de Galinhas, no litoral sul de Pernambuco, não deve deixar de ser visitado.

No caiaque oceânico, munidos de máscaras de mergulho e snorkel, adentramos no Manguezal de Maracaípe, que contem uma área de preservação e reprodução natural dos ameaçados cavalos-marinhos e é mantida por um projeto da Universidade de Pernambuco.

Após várias tentativas de vê-los durante a expedição, pudemos, com a ajuda de um pescador, ter uma demonstração dos animais em ambiente natural.

Se tivesse que eleger a melhor água do nordeste, com certeza seriam das praias do estado de Alagoas. A temperatura nos faz lembrar as piscinas térmicas e a cor da água, que varia de azul turquesa ao verde bem claro, é impressionante!!! O que ainda chamou mais atenção foi podermos desfrutar a transparência e qualidade da água na capital. Maceió é uma cidade aconchegante, com cara de interior e merece destaque entre as capitais.

O Rio São Francisco sempre me fascinou por suas histórias e lendas e, é claro, belezas naturais.

Paramos em Piaçabuçu, bem próximos de sua foz e onde os estados de Sergipe e Alagoas são divididos em cada lado, cenário do filme Deus é Brasileiro.

Embalamos ao som da Banda Caçuá tendo ao fundo o velho Chico, cenas de arrepiar!!! No ritmo da flauta de pífano, zabumba, pandeiro e bate coco, o grupo mantém suas raízes tocando canções como Mulher Rendeira e representa a forte cultura musical do Nordeste, um barulhinho “bom” e agradável aos nossos ouvidos

Partimos com o jeep da cidade de Piaçabuçu e chegamos em Pontal do Peba, local onde o Rio São Francisco encontra-se com o mar.

Dirigimos 25 Km com a coloração incrível do mar de Alagoas sempre de um lado e as dunas com coqueiros do outro lado.

Fizemos o mais alto vôo, 105 metros de altura, de paraquedas puxado por terra através de um carro. Com a ajuda do instrutor Robério Goes, vimos a foz do velho Chico, as ondas pequenininhas do mar e a imensidão de areia, tudo com a mais perfeita tranqüilidade e segurança, recomendado até mesmo para crianças e idosos. Sentir o vento no rosto e apreciar tudo de um ângulo privilegiado é indescritível.

Depois de tanta aventura realizada em dois meses de expedição, não há melhor lugar para encerrar nossa viagem, Salvador. Ao som do berimbau e em pleno Pelourinho, não parávamos de relembrar cada momento de nossa viagem...

Os vários “Brasis” têm exemplos positivos de preservação, apesar da escassez de recursos. Um exemplo é o veterinário Magnus Severo que preserva o carente município de Cajueiro da Praia, no Piauí, denominada a cidade do Peixe-Boi. Outro exemplo é a bem estruturada sede do Projeto Peixe-Boi em Itamaracá/PE, base de preservação do animal em processo de extinção. São exemplos de vida, como os 23 anos de trabalho dedicados por Guy Marcovaldi no Projeto Tamar, que preserva as tartarugas marinhas.

Se me perguntassem qual é o lugar mais bonito do Nordeste, talvez diria que são as dunas de um mundo de areia e da paradisíaca Praia de Caburé, ambas nos Lençóis Maranhenses, Diria também que são os mangues quase intocados de Cajueiro da Praia, no Piauí, as maravilhosas praias de Jericoacoara, no Ceará, as falésias avermelhadas da Praia da Pipa, no RN e a tranqüilidade da Praia do Coqueirinho, na Paraíba.

Talvez diria que são as praias de Alagoas com uma coloração impressionante de suas águas, diria que é o encontro do velho Chico com o mar, diria que é a encantadora e surpreendente capital Salvador, na Bahia. Se me perguntassem qual é o lugar mais bonito do Nordeste, responderia: O Brasil.


Peixe-boi e Tartaruga Marinha exemplos de preservação

Peixe Boi

O peixe-boi é o único mamífero aquático essencialmente herbívoro e chega a passar até 8 hs por dia se alimentando de algas e plantas aquáticas. Seu local preferido tanto para alimentação como reprodução são os estuários e mangues, em perfeitas condições.

Eles podem viver até sessenta anos, atingir 4 metros de comprimento e pesar cerca de 600kg. Ainda hoje é possível encontrar o animal marinho em Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão, além de outra espécie que vive em água doce na região Norte do país.

É extremamente dócil, lento e muito manso. Apesar de não ter predador natural, existe um animal que vem ameaçando sua espécie: o homem. Através da caça, das redes de pesca, das hélices das embarcações e da descaracterização do meio ambiente, a reprodução deste animal vem tornando-se comprometedora e já é citado pelo IBAMA como a espécie mais ameaçada em extinção.

Durante nossa expedição, os três lugares que nos chamaram mais atenção foram: Cajueiro da Praia, no Piauí, Barra de Mamanguape, na Paraíba e Itamaracá, em Pernambuco, base nacional do Projeto Peixe Boi.

Devido à preservação dos arredores de Cajueiro da Praia, encontramos uma das maiores populações de peixes-boi do país. Além dos estudos do peixe-boi, a equipe trabalha com a sociedade em campanhas educacionais e iniciará um sub-projeto de produção de artesanato a exemplo de Barra de Mamanguape, na Paraíba.

Em Mamanguape, projeto chamou muito a atenção pelo envolvimento com a comunidade local. Os visitantes são conduzidos pelos pescadores com suas canoas e contribuem para a geração de renda, além de adquirirem bichos de pelúcia e outros artigos das oficinas. O projeto emprega meninas costureiras de 15 a 20 anos contribuindo em seus estudos e na renda familiar.

Itamaracá também tem um papel fundamental dentro do cenário da conservação desta espécie, pois serve como um grande hospital dos animais encalhados e feridos em toda orla brasileira. Um detalhe muito importante é que os dados científicos e informações de todas as unidades do país são enviadas ao arquivo central desta base.

Tartaruga Marinha

Segundo estatísticas do Tamar, a cada mil filhotes nascidos, somente dois ou três chegam a vida adulta. Este baixíssimo número de sucesso indica um índice preocupante, fazendo também da tartaruga marinha uma espécie em extinção.

Do momento em que as tartaruguinhas nadam em direção ao mar, começa o grande desafio contra os predadores naturais, as doenças, a poluição e principalmente contra o homem e suas redes de pescas que as impossibilitam de respirar na superfície.

Em compensação, acompanhar o trabalho do Tamar é gratificante e significa uma luta em prol da vida em toda costa brasileira.

Tivemos a oportunidade de conhecer Guy Marcovaldi, um dos fundadores do projeto que nos detalhou os 23 anos de história e, em especial informações sobre a base sede da Praia do Forte, que vem mostrando bons resultados. Tanto os ovos como o próprio animal, depois de um intenso trabalho de conscientização, não serve mais como cardápio alimentar do homem e já existem dados que comprovam o aumento da população de tartarugas.

Adotar uma tartaruga é um gesto exemplar que todos os visitantes podem fazer , ao visitar uma das unidades do Projeto Tamar, assim contribuindo para a preservação da espécie. E foi o que fizemos...

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GUILHERME ROCHA é patrocinado:
INDÚSTRIAS NUCLEARES DO BRASIL
CALOI
TRIBO DOS PÉS
OSKLEN

E teve o apoio:
Governo da Bahia
Governo do Piauí

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