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DESAFIO DO
TITIKAKA Visitamos também duas outras ilhas, só que estas, ilhas naturais, Taquile e Amantani com forte influência Quéchua e mais festas típicas!!! Deixamos a cidade de Puno e também a visão do Lago Titikaka. Nossa primeira parada foi num cemitério muito antigo chamado Sillustani, onde há vários túmulos, ou urnas funerárias da civilização de Quolla e Inca. Os ancestrais enterravam os mortos em posição fetal, como sinal que a morte é um novo nascimento. Talvez exploramos uma região onde nem mesmo a maioria de peruanos e bolivianos conhecem, uma porção bem primitiva ao norte do Titikaka. O asfalto deu lugar à estrada de terra, a língua espanhola quase foi substituída pelo Aymará, o moderno deu lugar ao obsoleto, ao nativo. Pequenos e simples povoados, mas hospitaleiros e de grande beleza. Cruzamos a fronteira do Peru com a Bolívia, marcado por uma placa praticamente no meio do nada. E foi cruzarmos a fronteira e a estrada piorou acintosamente, sendo que em algumas partes ela parecia nem existir, até que chegamos em Puerto Ancosta, já na Bolívia. Em Escoma, voltamos à civilização depois de mais de 110 quilômetros de estrada de terra. Passamos por várias outras cidadezinhas: Carabuco, Ancoraimes, Achacachi, até chegarmos em Huarina., onde voltamos a ver os turistas, desde que saímos de Huncane. (pelo mapinha entende-se este trecho) Chegamos em Copacabana em um domingo, e como manda a tradição da cidade boliviana, é dia de benzer os carros, ônibus, vans e caminhões que chegam de toda parte do país e até do Peru. Eu e Fábio aproveitamos para benzer nossas bicicletas e agradecer os 690 quilômetros percorridos, relativamente sem grandes transtornos. No Calvário, um morro com 4 mil metros de altura, encerramos oficialmente a etapa com nossas bicicletas, que ao apresentaram problema algum, somente um pneu furado. Era hora de remar para a Ilha do Sol, distante 18 quilômetros de Copacabana e a maior ilha do Titikaka com 37 quilômetros quadrados. Enchemos nosso caiaque inflável com imenso prazer, afinal não é toda hora que podemos remar no mais alto lago do Mundo. Apesar do cansaço a paisagem compensou cada gota de suor. No caminho podemos deslumbrar praias esverdeadas de água doce escondidas nas penínsulas e na própria ilha. O dia estava ensolarado e o lago sem muitas ondas, mas chegamos na ilha por volta da 6 horas da tarde. Foi o sol esconder e começou a tremer do dedão do pé até a ponta da orelha, pois o caiaque é furado e ficamos molhados. Dia seguinte após a remada fomos até as ruínas conhecidas como o Templo do Sol, onde nasceram dois grandes imperadores Incas. Atravessamos a ilha praticamente de ponta a ponta, foram 7 horas ida e volta, mas que compensaram pelo visual. A ruína do Templo do Sol é como sempre muito bem localizada, mostrando o bom gosto das civilizações antigas em escolher suas moradias. Mais que uma maratona esportiva vivida intensamente durante mais de 30 dias através do esporte interagimos com a cultura de um povo que vive em condições totalmente adversas, um povo no qual os astros, animais, plantas, montanhas, lagunas são irmãos do homem, onde o espaço e tempo (o Pacha) são considerados uma só unidade, um povo que considera a economia da reciprocidade a mais importante. Nosso desafio de entender o “porque” estas pessoas vivem num lugar como o altiplano andino transformou-se em uma grande lição: é preciso muito pouco para ser feliz quando agregamos valores as pequenas e simples coisas da nossa vida, vivendo em harmonia com a natureza e nossos semelhantes.
A Expedição Desafio do Titikaka
teve o patrocínio: Apoio: Fotos: Dados do Titikaka Mais alto navegável do Mundo a
3812 metros pertencente ao Peru e Bolívia |