|  A expansão 
                                      berbere que pôs fim o reino de Ghana 
                                      e construiu o império afro-europeu 
                                      que tomou territórios sudaneses, 
                                      saarianos, magrebinos e ibéricos 
                                      só podem ser compreendidos no contexto 
                                      dos processos sociais e econômicos 
                                      que ensejaram os movimentos de islamização 
                                      ou de renovação islâmica 
                                      destas regiões. Os berberes que habitavam 
                                      o Magrebe e os que viviam no Saara foram 
                                      inicialmente reticentes ao Islã. 
                                      Praticavam um islamismo superficial, não 
                                      aceitavam, por exemplo, um número 
                                      máximo de esposas, o islã 
                                      tirava da aristocracia certos privilégios 
                                      e por isso o movimento Almorávidas 
                                      caiu no gosto popular.  Enquanto dominavam 
                                      o reino de Ghana, na península Ibérica, 
                                      os emires muçulmanos, tributando 
                                      duramente os camponeses e aliando-se aos 
                                      inimigos de Alá, quando de suas disputas 
                                      interemirados, retrocediam diante da reconquista 
                                      empreendida por Afonso VII, senhor de Castela. 
                                      Sob a pressão das massas ibéricas 
                                      muçulmanas simpáticas ao “ascetismo” 
                                      almorávida, os seguidores de Ibn 
                                      Yacine foram conclamados, apesar da desconfiança 
                                      dos emires, atravessarem o estreito de Gibraltar.  Em 1086, os almorávidas desembarcaram 
                                      ao sul da atual Espanha, onde alcançaram 
                                      importantes vitórias sobre os infiéis. 
                                      Feito isto, voltaram para a África 
                                      para, mais tarde, serem chamados, pois a 
                                      boa sorte sorria novamente aos cristãos. 
                                      Mais uma vez, as tropas africanas, atravessaram 
                                      o estreito e destruíram os inimigos. 
                                      Cansados das idas e vindas, os Almorávidas 
                                      estabeleceram-se, como senhores, na Espanha islâmica. O poder almorávida, 
                                      que uniu um só domínio importantes 
                                      regiões da Europa e da África, 
                                      com o decorrer dos anos tornou-se tão 
                                      opressor como os antigos senhores do deserto 
                                      ou dos emirados. Em meados do século 
                                      XIII, sem o apoio das massas, o poder Almorávida 
                                      foi destruído.     |